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Hanseníase: resumo compreensivo

O agente etiológico da hanseníase é o Mycobacterium leprae, que foi descrito em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Henry Armauer Hansen, razão pela qual também é denominado de Bacilo de Hansen.
Não é cultivável.

BacilosRespostaImunex Polo IndeterminadoForma tuberculoideFormaVirchowiana0+t+tTh1Th2predomíno

O ponto de tempo zero t=0 é o momento da descoberta de lesões indeterminadas;
A partir de então, o número de bacilos infiltrados nos diversos tecidos do corpo podem cair ou aumentar;
A resposta imune pode ser mediada por macrófagos predominantemente Th1 ou Th2.

A doença

A infecção ocorre pelas vias aéreas a partir de contato íntimo e prolongado entre pessoas. Alguns animais são infectados, como o tatu, porém não se conhece caso de transmissão ao homem. O bacilo é intracelular obrigatório.

A hanseníase evolui de forma muito dependente do hospedeiro. Se a reação imune é intensa e capaz de conter a infiltração, lesões granulomatosas vão se formar e os bacilos serão contidos na lesão. Do contrário, a infiltração será generalizada e o número de bacilos aumentará.

Resposta imune forte

Uma resposta imune competente montada a tempo fará com que a doença evolua com uma característica fixa de lesões típicas, acrômicas, indolores, secas e de localização fixa.

Forma clássica

Resposta imune fraca

A resposta de predomínio Th2 ou a ausência de resposta imune permite a exacerbada replicação bacilar, levando a infiltração disseminada e sintomatologia mais rica. Pode afetar quaisquer tecidos, notadamente os de origem ectodérmica: a pele e o sistema nervos. Curiosamente, o SNC costuma ser poupado.

Desconfie de lesões com aspecto purpúrico somadas a sintomas neurológicos. A pele é lisa e caracteristicamente infiltrada.

Classificação da OMS

A OMS visa uma classificação mais operacional, sem a preocupação imunohistológica.

A importância é epidemiológica, já que o convívio com multibacilares deve aumentar a probabilidade diagnóstica sempre.

Multibacilar ou dimorfa

Se há mais de cinco lesões ao todo ou se há lesão neurológica, por conclusão clínica ou por imagem.

Paucibacilares

Os demais indivíduos não multibacilares.


Diagnóstico

A investigação clínica envolve primeiro determinar a plausibilidade epidemiológica. Se a probabilidade pré-teste é alta e as lesões compatíveis com descrição literária, o diagnóstico clínico é feito, principalmente se a prevalência local é alta ou se há convívio-contato com outro indivíduo multibacilar.

O diagnóstico laboratorial ou por exames específicos não é a prática comum.

O raspado ou a biópsia de lesão/pele pode confirmar o diagnóstico mas é normalmente utilizada em situações de extrema dúvida ou para fins acadêmicos.

Tratamento

O tratamento, no Brasil, é a poliquimioterapia padrão da OMS (PQT/OMS).

No Distrito Federal, em 2023, estão vigentes os seguintes esquemas:

Medicamentos padronizados para o tratamento da Hanseníase

Tratamento de 1ª linha adulto

Poliquimioterapia Única adulto (PQT-U adulto)

Tratamento de 1ª linha infantil

Poliquimioterapia Única infantil (PQT-U infantil)

Tratamento das reações hansênicas

Clofazimina 50 mg e 100 mg / Prednisona 5 mg e 20 mg / Pentoxifilina 400 mg/ Talidomida 100 mg

Tratamento de 2ª linha

Clofazimina 50 mg e 100 mg / Minociclina 100 mg / Rifampicina 300 mg / Ofloxacino 400 mg

Esquema Farmacológico ROM1

Rifampicina 600 mg / Ofloxacino 400 mg / Minociclina 100 mg

Tratamento para os casos resistentes

Ofloxacino 400 mg / Minociclina 100 mg / Claritromicina 500 mg2/Clofazimina 50 mg

Reações hansênicas

Em breve.

Operacional na SES-DF

Para detalhes de dispensação, documentos e responsáveis, visite a referência 2 no fim da página.



Referências

  1. TAVARES, Walter; MARINHO, Luiz Alberto Carneiro. Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. In: Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. 2005. p. 1206-1206.
  2. GDF, Governo do Distrito Federal. https://www.saude.df.gov.br/medicamentos-hanseniase. Visitado em 07 de janeiro de 2024.

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